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Foto do escritorGuaraciara Roma

Se livrando do peso do passado

Atualizado: 17 de mai. de 2021


Somos seres que vêm caminhando há milhares de centenas de anos. Quais as implicações que as nossas relações do passado têm na nossa vida atual?

Trabalhando com a hipótese da reencarnação, devemos considerar que temos uma só vida, porém com várias existências e ao longo de nossa vida, fomos vivenciando situações diversas. Muitas delas nos causaram alegrias, outras tristezas, raiva e rancor. Muitos foram os momentos em que desejamos matar ou morrer para nos vermos livres das adversidades.

Em função das dificuldades que passamos e por não termos muitas vezes conseguido lutar contra o poder estabelecido, contra as tiranias e os fascismos instituídos, fomos nos sentindo fracos, sem forças para lutar. Aprendemos a não reagir, a ceder frente às violências físicas e psicológicas a que fomos submetidos. Algumas vezes, estávamos do outro lado, o da opressão e violência, assumindo o papel oposto: o de tirano, agressor, orgulhoso e prepotente.

De tudo que sabemos historicamente sobre as culturas e sociedades que existiram no passado, foram frequentes as situações de mandos, desmandos, guerras, opressões, violências físicas e psicológicas, onde muitas vezes estivemos lá tanto como vítimas, como algozes ou como observadores. A humanidade desenvolveu-se às custas de muito sangue, ódio e rivalidades. Esta é a herança que recebemos.

Sendo curiosos podemos nos perguntar: Onde estão as pessoas que nós prejudicamos? Bem, alguns estão encarnados e outros desencarnados. Alguns dos desencarnados estão a nossa volta, cruzando o nosso caminho para resgatarmos os erros que cometemos. Alguns desencarnados insistem em cobrar de nós uma atitude de arrependimento, outros tentam se vingar, outros se divertem com os nossos sofrimentos.

Para que possamos nos livrar desses irmãos que insistem em nos acompanhar, precisamos mudar o nosso padrão vibratório. O desequilíbrio sempre decorre em função de nossos pensamentos e sentimentos negativos. Através da nossa sintonia vibratória, entramos em contato com os seres que estão na mesma frequência. Se sentirmos amor no coração, compreensão, paciência, humildade, atrairemos desencarnados com os mesmos sentimentos. Porém, se abrirmos nosso coração para sentimentos menos puros, atrairemos os nossos desafetos do passado, aqueles que conhecem nossos defeitos como ninguém e insistem em nos cobrar.

Nós somos os construtores do nosso próprio destino. O nosso livre arbítrio nos permite escolher situações e decidir como queremos estar no futuro. Situações e pensamentos positivos irão gerar resultados e sentimentos mais positivos.

Indivíduos frágeis deslizam a todos os instantes pelos difíceis caminhos do pessimismo e entram em desajustes, causando transtornos físicos, emocionais, sociais e espirituais. “Pensamento de ódio, revolta, pessimismo são tóxicos que envenenam o corpo e desajustam a mente” nos diz Heloisa Pires. Portanto, cuidemos de nossos pensamentos, temperamentos e atitudes.

E como acertar as contas com o passado, então?

O ser humano neste momento vive um período de maior entendimento quanto a sua constituição como ser integral e quanto às suas mazelas, porém em muitos lugares e para muitas pessoas a violência e a agressividade continuam sendo ainda as palavras de ordem. Os antigos duelos aparecem ainda de forma disfarçada, com uma roupagem mais moderna.

Acertar as contas com o passado significa rever conceitos, mágoas e exercitar o perdão. Perdoar não só aqueles que nos machucaram diretamente, mas também aqueles que contribuíram negativamente para que o mundo hoje seja como é.

Precisamos tirar as amarras do passado, entrar em contato com nossos sentimentos mais profundos para libertarmo-nos dos ressentimentos. Perdoar é um exercício que deve ser constantemente praticado. É um verbo que deve ser sempre conjugado.

Façamos uma revisão de nossa vida. Será que fomos exatamente o que achamos ter sido? Será que essa vítima que cultivamos também não teve seus momentos de algoz? E quanto àqueles que nos feriram e nos machucaram, teriam condições emocionais, espirituais e psíquicas para agirem de forma diferente naquele momento?

Nossos pais, violentos, agressivos, abusadores, sabiam exatamente a consequência dos seus atos? Somos movidos por forças que desconhecemos, positivas, negativas, internas e externas. Nunca estamos sozinhos. Alia-se a isso às nossas más tendências e o resultado é dor e ressentimento.

Agora, é a sua hora de exercitar o perdão. Perdoe quem te machucou. Peça perdão a quem você feriu. Ame e permita ser amado. Reconcilia-te com seu irmão enquanto há tempo.



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