Muito tem se falado sobre Karma, mas existem ainda muitas dúvidas sobre este assunto. Costumamos diante de situações de dor, problemas conjugais, de relacionamentos, doenças e fatalidades de um modo geral, usar a expressão: é o meu Karma!
Por outro lado, temos visto um quadro de destruições diversas pela força da natureza como: tempestades, inundações, furacões, bem como, acidentes fatais, o vírus que agora aflige a humanidade, onde em cada uma dessas situações, desencarnam milhões de pessoas. Situações estas, incompreensíveis pela maioria das pessoas e inexplicáveis pelo senso comum, são também muitas vezes, associadas ao Karma.
Mas afinal o que é o Karma? O que isso significa? Por que estamos subjugados a essa implacável força?
Karma é uma palavra de origem sânscrita, que significa ação. Na filosofia Hindu, o Karma é definido como o conjunto das ações de uma pessoa ou grupo e suas consequências. Alguns espíritas importaram esta palavra para designar o que os espíritos nomearam de Lei de Ação e Reação ou de Causa e Efeito.
Qual a função do Karma?
- Algo que precisa ser resgatado.
- Algo que danificamos no passado e precisa ser restaurado e restituído.
No nosso planejamento reencarnatório, revisamos nossas atitudes anteriores, falhas, acertos e definimos como podemos resgatar as coisas erradas que fizemos. É o momento da reflexão da nossa consciência, buscando uma sintonia com as Leis Divinas.
Esse resgate pode ser basicamente derivado de três fatores:
1. A escolha pelo próprio Espírito, antes de reencarnar, do corpo ao qual se unirá e do estilo de vida que terá;
2. As escolhas feitas na existência atual e seus desdobramentos;
3. Os resultados de nossas ações do passado remoto, em cumprimento da lei de causa e efeito.
E como fica o conceito de destino? Existe uma força determinista que subjaz a nossa existência?
O determinismo será relativo apenas às escolhas do item 1 – família, enfermidades congênitas, etc, mas em relação às provas morais ele não existe.
Temos o compromisso de nos melhorar, de trabalhar comportamentos e atitudes e a vida com seu intrincado desenvolvimento nos trará situações repetidas para trabalharmos o que nos comprometemos, porém, elas serão variáveis.
E o Karma Coletivo existe?
Quando um grupo de pessoas comete uma violação da lei contra uma ou mais pessoas, essa violação deverá ser compensada. Temos que ter claro que nada fica impune. O equilíbrio precisa ser restabelecido, seja de forma individual, seja de forma grupal. Porém, nem todos os acidentes envolvendo um grupo de pessoas significam um resgate grupal.
Numa psicografia de Manuel Dantas ele diz: “O resgate coletivo é um instrumento de correção de desvios de larga escala usado na Espiritualidade, já aplicado em diversas passagens da história do planeta... Nem todos os desastres naturais ou acidentais de grandes proporções podem ser classificados como Karma Coletivo. Porém, a Espiritualidade se utiliza destes instrumentos quando as reparações são necessárias: convulsões da natureza, acidentes de toda sorte, guerras e outros”.
E as pessoas que inexplicavelmente perderam “aquele voo” fatídico? Quem escapou não fazia parte do grupo dos devedores ou o seu desencarne não era indicado naquele momento.
Segundo André Luiz no livro Ação e Reação, trazemos em nós os sinais cármicos. Ele nos diz que a planta é uma crisálida de Consciência, que dorme largos milênios, rigidamente presa aos princípios da genética vulgar que lhe impõe os caracteres dos antepassados. Que o determinismo ocorre nas esferas primárias, onde o mineral e o vegetal obedecem às leis invariáveis de coesão e organogênicas.
Já, a alma humana, é uma consciência formada, retratando em si as leis que governam a vida, e por isso, já dispõe, até certo ponto, de faculdades que podem influir a genética, modificando a sua estrutura. A consciência responsável herda sempre de si mesma, conceitos a serem modificados, e ajusta a outras consciências que lhe são afins. Essa dinâmica norteará as nossas escolhas e o nosso livre arbítrio. Porém, sempre teremos a opção de dizer sim ou não às provas que nos chegam. Nossa mente guarda consigo, em germe, os acontecimentos agradáveis e desagradáveis que a surpreenderão amanhã.
Podemos cometer delitos e contrair dívidas no plano astral?
Sim. Há expiações no céu e na Terra (André Luiz).
Quem nos condena? Deus?
Não. Da justiça não podemos fugir e mesmo que queiramos não conseguiremos, porque a nossa consciência nos aponta e nos faz resgatar os débitos que contraímos.
Como saber o que estamos resgatando?
Conforme vamos nos esclarecendo e modificando nossas ações, vamos tendo abertura dos nossos canais sensoriais e tendo mais informações sobre o que estamos resgatando.
Precisamos ter consciência que nada é por acaso. Toda causa tem uma consequência. Existe uma lei de compensação. Se tirei algo de alguém, causando tristeza e desarmonia, de alguma forma viverei situações similares para que possa sentir o mesmo que o outro sentiu.
E quanto ao gênero das provas?
Allan Kardec questiona sobre isso na questão 259 do Livro dos Espíritos: Se o Espírito escolhe o gênero de provas que deve sofrer, todas as tribulações da vida foram feitas e escolhidas por nós?
E os Espíritos respondem que todas não. Que escolhemos o gênero de provas. Os detalhes são consequência da posição escolhida e frequentemente de nossas próprias ações.
E como podemos requisitar o resgate do preço da nossa libertação?
Segundo André Luiz no Livro Ação e Reação, o Governador da vida possui um sistema de contabilidade. Como todo devedor, devemos conter nossas despesas, restringir nosso conforto, não podendo ter uma vida farta. “Todo instante é tempo para renovar, redimir, aprimorar e purificar” (André Luiz).
Existe um tempo para que o Karma aconteça? A ação do mal pode ser rápida, mas ninguém sabe quanto será o tempo de reação, para restabelecer a harmonia. Por isso a recomendação de Jesus: “reconcilia-te com teu irmão enquanto te encontras a caminho com ele”.
Que Karmas queremos ter no futuro? Positivos? Negativos? O que estamos fazendo conosco e com o nosso mundo? A que grupos pertencemos? Os que destroem ou os que constroem?
Se o desequilíbrio da terra for inevitável, todos nós teremos uma conta a pagar. O mal age quando o bem não se manifesta. Modifique seu Karma modificando suas ações.
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